domingo, 9 de setembro de 2007

Repensando a formação do professor de música

“Não é a tecnologia que vai resolver ou solucionar o problema educacional do Brasil,
poderá colaborar, no entanto, se for usada adequadamente,
para o desenvolvimento educacional [...]”
(Marilda A Behrens/ PUCPR).


A busca de superação de uma pedagogia puramente técnica, linear e instrumental e a atual preocupação com a formação de professores, revela-se um desafio que a Instituição de Ensino Superior tem enfrentado nas últimas décadas. A importância das TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação, neste contexto se deve, sobretudo, ao fato de ser um elemento essencial de integração do homem na sociedade, surgindo como instrumento de desenvolvimento da personalidade, de autonomia e estímulo à criatividade, meio indispensável de educação. Novos acordes docentes advém de uma criteriosa pesquisa sobre a utilização de diferentes recursos oferecidos pelas TIC, tendo como foco o processo de formação do professor de música.

Ainda é pouco expressivo o número de professores ou acadêmicos da licenciatura em música que se aproximam dos meios digitais, explorando seus recursos como ferramenta pedagógica durante o processo de ensino aprendizagem em música.

A prática de uso de "antigos" recursos tecnológicos - TV, vídeo, DVD, projetor multimídia, câmeras fotográficas, filmadoras, retroprojetor, dentre outros - e dos "novos" meios - internet, fórum, chats, blogs, softwares -, pelas academias e universidades responsáveis pela formação do professor de música, ainda é pontual, pois não foram totalmente inseridos na rotina diária da prática de ensino, o que revela a ausência de um estudo mais aprofundado, por parte das disciplinas do núcleo pedagógico sobre os possíveis resultados de uma educação musical que privilegie tais meios na prática docente.

Trazemos à baila alguns questionamentos: como as TIC são utilizadas na formação universitária do professor de música, considerando o uso das mesmas em sua futura prática docente? Diante das novas possibilidades tecnológicas, quais são os principais desafios do educador musical e como sua formação inicial o prepara para o enfrentamento desses desafios? A grade curricular dos cursos de licenciatura e as práticas pedagógicas em música estão coerentemente organizadas para as exigências do século XXI?

Neste sentido, faz-se necessário à comunidade acadêmica e aos docentes dos vários departamentos, inclusive o de Música, um olhar mais atento quanto o uso dos recursos das TIC, suas limitações e sobretudo, as possibilidades pedagógicas que esses meios podem oferecer para a formação de professores.

Para Duarte (1981, p. 23) “com a palavra humana nasce a consciência do homem. Com a consciência, o homem se descobriu no mundo e no tempo”. Neste sentido as relações que se estabeleceram entre TIC, música e educação têm em sua complexidade a desafiadora tarefa de contribuir na constituição de homens e mulheres livres, responsáveis e engajados na subversão da lógica de uma sociedade globalizadora e excludente.



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BEHRENS, Marilda Aparecida. Paradigma da complexidade: metodologia de projetos, contratos didáticos e portifólios Petrópolis: Vozes, 2006.

DUARTE, João Francisco. Fundamentos estéticos da educação. São Paulo: editora Cortez, 1981.


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Um comentário:

Blog Quanta disse...

Sou coordenador da Quanta Educacional e estou te enviando um briefing sobre o programa CMS – Computador, música e sociedade -,uma solução para a volta da música como conteúdo obrigatório no currículo do ensino básico.
A Lei 11.769, que regulamenta a obrigatoriedade da educação musical em escolas no Brasil a partir já de 2011, ao que nos parece, tem por objetivo não formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos.Tal como está na Lei, a música não será necessariamente uma disciplina, mas poderá estar integrada ao ensino de arte assim como outra linguagem.
A Quanta Educacional vem desenvolvendo estudos no esforço de encontrar uma metodologia com cursos de formação de educadores de música na Educação Básica, que contemplam os conhecimentos técnicos e os pedagógicos, capacitando-os a ministrarem ensino diferenciado e significativo de música nas escolas e preparando-os para assumirem a tarefa de desenvolver a linguagem musical, com criatividade e autonomia .

Propomos algo novo: ensino musical através das novas tecnologias.

Com o irreversível acesso a novas tecnologias em nosso cotidiano, o computador pode ser utilizado como uma grande ferramenta para o desenvolvimento e formação de uma nova geração.

O programa educacional CMS é um revolucionário projeto de educação musical que trabalha com o conceito de “informática musical”, que une a produção musical com a informática, unindo os recursos do computador (e da informática como um todo) aplicados para a criação, manipulação, execução e reprodução da música, uma linguagem conhecida pelos estudantes e que facilmente estimula a seu envolvimento. Para isso, o programa se utiliza de softwares específicos, todos livres e gratuitos e equipamentos que são os comumente encontrados nos laboratórios de informática, usando esses computadores como instrumentos musicais – virtuais, como softwares de síntese de som e sequenciadores -, ferramenta - para gravação digital, editores de partituras, efeitos, etc -, e principalmente, como um novo meio para pensar e produzir música.

A aplicação da informática na educação musical coloca à disposição do estudante um arsenal de ferramentas cujo potencial é enorme. Em nenhum momento o artista é prescindível; sua atuação é essencial no processo, e quanto mais competente e talentoso, melhor será o resultado obtido.

mais informações no site www.computermusic.com.br