segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Compondo Possibilidades*

Na contemporaneidade o artista, sensível às mudanças presentes em seu meio, utiliza como recurso de criação os instrumentos que a nova era lhe oferece, ou seja, computadores, softwares, sensores, CD-ROM, sintetizadores e a própria internet, que é um indicativo de mudança no próprio conceito de arte e de produção do objeto artístico.

Convém ressaltar, que as exigências do mundo moderno impulsionam um redimensionamento da ação docente para atender as necessidades da sociedade contemporânea. O que justifica a preocupação de muitos docentes em rever sua prática pedagógica.

Observa-se o surgimento de um discurso preocupado com a relação homem e tecnologia, mas o processo de formação do educador em arte, especialmente o professor de música, ficou à margem destas discussões, que aqui consideramos um desafio a ser superado pelos docentes na educação superior.

Os meios de comunicação social, mídias e multimídias, fazem parte do conjunto das mediações culturais que caracterizam o ensino; como tais, são portadores de idéias, emoções, atitudes, habilidades e, portanto, traduzem-se em objetivos, conteúdos e métodos de ensino. Ora, as possibilidades oferecidas pelas tecnologias da informação e comunicação permitem criar e difundir música de forma antes inimaginável e põem, aparentemente, em questão a necessidade de uma educação musical atrelada aos métodos tradicionais de ensino, no fornecimento dos instrumentos considerados básicos para produção artística.

Verifica-se que tradicionalmente no contexto musical, a ênfase está na simples reprodução de conteúdos, ou seja, a atuação do aluno é reduzida, na maioria das vezes, à memorização de regras e sinais para decodificação de partituras, técnicas de execução ou movimentos necessários para se tocar corretamente um instrumento. (MARTNS, 1998)

O problema em tais posturas, salvo algumas exceções, deve-se ao fato de não valorizarem a expressão e experimentação durante o processo de ensino aprendizagem, tratando a música como um domínio separado das demais atividades pelas quais se conhece a realidade.

Tornar acessível o contato dos indivíduos com o domínio musical, através de exploração de sons e de elaboração de desenvolvimentos musicais, significa apresentar aos mesmos mais uma possibilidade de leitura do mundo, de atuação e de compreensão desse mesmo mundo em suas múltiplas manifestações.

Pontua-se que a estrutura organizacional do currículo exige uma nova concepção para tratar dos conteúdos que se consideram fundamental na formação dos professores de música Desta maneira, as instituições formadoras preocupadas com um perfil profissional mais adequado à exigente sociedade contemporânea, têm desenvolvido algumas ações de reforma curricular que buscam ultrapassar os limites burocráticos e administrativos, visando efetivas mudanças de concepção educacional a médio e longo prazo. (MATEIRO, 2003).

O aluno, futuro professor de música, também deveria ser estimulado a tomar decisões sobre o rumo de suas pesquisas e de suas produções, procurando manter sempre um contato estreito com as Tecnologias da Informação e Comunicação. Esses contatos podem propiciar elementos para estudo e análise dos sistemas de representação articulados aos contextos históricos e culturais, sociais e antropológicos que os envolve. (COUTINHO, 2003)
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* Originalmente publicado na Revista científica/ FAP vol. 2. Leia o artigo na íntegra http://www.fapr.br

Um comentário:

Luzilei Aliel disse...

No processo educacional da música a tecnologia mostra-se valorosa nesses dias de informação em "dilúvio". É necessário um "novo" caminho através destas tecnologias, que podem gerar novas metodologias para que absorvam tal necessidade de informação e interação em que vivemos hoje.

Parabéns pelo texto, estou te seguindo, de uma olhada no meu blog:(http://tecnofagiadigital.blogspot.com/),estou começando. É importante nos unirmos para fortalecemos a necessidade de uma nova visão para a didática musical.

e_T+